SOBREVIVENTE NA MISSÃOFeb 15, 2012 04:51 PM
O Hip Hop é um movimento social e cultural presente em todos os cantos do Planeta Terra, sua atuação foi além das questões de raça e discriminação que sofriam e sofrem os negros que viviam no passado e vivem no presente nas periferias das grandes cidades que tiveram um contingente de escravos vindos da África para trabalharem no seu processo de colonização. O M.C. ou Rapper que significa mestre de cerimônia realizava o desafio improvisado conhecido como free-style que é oriundo dos Griots que são canções faladas por contadores de histórias e fábulas de negros africanos que desembarcaram nas Américas como escravos trazidos pelos navios negreiros.
Os Griots são cantos falados em que se transmitem a História dos antepassados comuns. O improviso Griot foi comum às diversas etnias africanas que foram espalhadas na América, eles observam um fato e cantam com batuques juntando as palavras que revelavam sua dura jornada como prisioneiros vindos do oeste da África e conseguiam sobreviver à travessia pelo oceano Atlântico.
Os cantos nas rodas de capoeira no Brasil, as cantigas que eram entoadas no trabalho nas lavouras de cana, algodão e café, as músicas religiosas dos primeiros escravos no continente Americano se voltavam às origens de elementos comuns a música africana, o improviso com chamadas e respostas recitando palavras faz parte da cultura negra há muitos anos. Alguns elementos como a síncope, a repetição, a participação da audiência bem comuns na musicalidade africana são identificados por estudiosos da música em gêneros musicais nos Estados Unidos, BRASIL e países que os povos africanos foram escravizados. O canto pode ser entendido como uma forma de diversão que fizesse esquecer o passado e as dores do presente, uma forma de denúncia da exploração que trouxeram como memória fazendo voltar às palavras esquecidas, a repetição abandona a história das humilhações, das derrotas e se incorpora aos antepassados.
A mensagem do rap se volta para sua História própria e seu contexto de sua comunidade e cidade, estado e país. O rap hoje em Lauro de Freitas e grande parte do Brasil não tem nada de americanizado. Isto é um preconceito de pessoas que não conhecem o que é rap ou hip hop do Brasil e acha que nossas raízes são dos Estados Unidos. Pessoas que pensam assim não conhecem o rap em sua essência da cidade de lauro de Freitas mas espero que um dia conheçam e vão ver que o rap volta-se para mensagens educativas e de alerta para a sociedade e não se vende simplesmente para fazer músicas sem conteúdo convocando as pessoas para baixarias de muitos grupos de pagode ou suingueira da Bahia justificando que querem entrar no sistema para ganhar somente dinheiro mas não possuem nenhum compromisso com a sociedade ou trabalhos sociais.
A maioria das pessoas que fazem a cultura da Bahia através dessas músicas ditas de baianas do axé são todos vendidos a indústria cultural para reprodução de uma cultura da alienação para que o povo continue sem refletir sobre sua situação de exclusão e quebrem até o chão correndo atrás do trio e enriquecendo os donos de blocos dos carnavais e seu monopólio. Nós do rap somos contra este monopólio, valeu.
ass; Marcus Vinícius. Historiador. Sou Banca R.A.P.P., SOBREVIVENTE.
FONTE: BLOG CATIRIPAPU
POSTAGEM: RICARDO VIEIRA
A cultura de uma sociedade é muito além do que uma moda, do que tendência, é a história de vida, a existência de cada personalidade.
ResponderExcluirO Hip Hop como qualquer movimento organizado consegue romper barreiras, paradigmas e tabus, porém sendo discriminado, por uma classe da sociedade que tende a viver no mundo da fantasia.
Hip Hop é cultura, arte, ferramenta de mobilização social, protestos em prol da igualdade entre os povos.