PARA ONDE CAMINHA A CULTURA DE LAURO DE FREITAS?
Sempre ouvimos
falar na cidade sobre obras nas áreas de saneamento, infra-estrutura,
habitação, etc. A maior parte delas só tiveram sua execução possível
porque foi captado recurso na esfera federal ou estadual. O programa
Minha Casa Minha Vida, A concha Cústica e o Restaurante Popular, marcos
da Gestão de Moema, não existiriam sem o apoio, por exemplo, do Governo Federal.
A captação desses
recursos só foi possível porque havia projetos. A lógica nos mostra
então que na falta de recurso municipal para investimento em ações e
projetos, há uma alternativa viável, legal e objetiva que é a captação
de recursos em outras esferas de governo.
Curiosamente essa
lógica não atinge todas as secretarias do mesmo governo. Basta
compararmos o volume de projetos e ações das secretarias para
constatarmos que há uma discrepância assustadora de volume de ações
dentro da mesma administração. Para ilustrar bem isso, vamos tomar como
exemplo a Secretaria de Cultura de Lauro de Freitas.
Diariamente,
através de consultas simples na internet – sites do Ministério da
Cultura e da Secretaria Estadual de Cultura – verificamos a
disponibilidade de inúmeros editais nas áreas de teatro, vídeo, áudio,
manifestações populares, entre outras. Curiosamente, em Lauro de Freitas, não verificamos
nenhum desses editais sequer sendo formatados. Ai você deve pensar que
isso acontece porque ações equivalente as propostas nesses editais estão
sendo realizadas com recursos próprios. Ledo engano! Constatamos que
não há ações equivalentes e muito menos projetos para captação de
recursos através desses editais. Ou então, se existem, estão trancadas a
sete chaves, pois não conseguimos encontrá-las, muito menos os
mobilizadores culturais existentes na cidade.
Você, leitor, pode
imaginar então que não há estrutura para elaboração dos projetos, porque
não há recursos para contratar tal mão de obra. Enganou-se novamente.
Constatamos que a Secretaria de Cultura de Lauro de Freitas possui uma
equipe constituída por técnicos especializados em projetos. O setor
conhecido como ASTEC é formado por especialistas que fazem parte do quadro da secretária há vários anos.
Periodicamente é
divulgado por e-mail, enviados pelo conselho de cultura e por agentes
culturais da cidade, a comunicação de editais. Isso nos faz crer que a
secretaria sabe da existência dos editais. Podemos concluir portanto,
que não há falta de informação. Há falta de trabalho voltado para esse
tipo de atividade. Simples assim.
Mas a Cultura não é
a única que sofre com a crise da falta de projetos. Outras secretarias e
até superintendências sofrem do mesmo mal. Podemos citar Suppir –
Superintendência de Promoção da Igualdade Racial – que por falta de
recursos e projetos para captação deixou de mostrar resultados em
diversos seguimentos como: comunidades tradicionais, aldeias, ciganos,
entre outros, tendo seu trabalho focado no povo de santo.
Realizar ações
através de editais é uma coisa tão real e possível que temos bons
exemplos na cidade. Podemos citar, entre outros, o Grupo Ereoatá, o Bankoma e a Sociedade Cultural Távolaque
realizam trabalhos fortes, consistentes e duradouros com recursos
também captados por incentivos à cultura e editais. Porque instituições
isoladas conseguem fazer e o poder público não consegue?
Outra questão importante e que não pode deixar de ser discutida é o orçamento destinado a Cultura no município. Como está sendo utilizado o fundo de Cultura? Que
percentual desse recurso estão sendo aplicado em projetos culturais ou
para a realização do calendário cultural? Quais são esses projetos?
Quais os critérios?
É interessante
constatar que nessas eleições os representantes da Cultura que
pleiteavam uma vaga em nossa casa legislativa tiveram resultados pouco
expressivos, ex: Menezes ( 257 votos);Antonio Liro ( 480 votos);
Diante do exposto, o Café com Notícias considera
importante que o próximo Secretario de Cultura tenha, dentre outras
qualidades, competência técnica para captar recursos, além de executar
ações em parceria com outras Secretarias.
Tássio Revelat/Redação Café com Notícias
FONTE: catiripapu@blogspot.com
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