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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013



BARRACA DA GÁVEA CONTEMPLA COMÉRCIO ARTESANAL LOCAL

Foi no último dia 02 do mês corrente que além do bem-estar e de todos os eventos de caráter sócio-cultural que a Barraca da Gávea proporciona a todos que por ali passam, que em uma de suas paragens o comerciante ambulante Edvaldo Nunes Oliveira de 56 anos natural de Candeal – distrito da região de Feira de Santana apesar da aparência visivelmente cansada concedeu gentilmente informações preciosas sobre a sua experiência com a venda de bijuterias artesanais através de um informal bate-papo. A fala simples e sem muitos melindres marcou o tom da conversa pra lá de descontraída mas, muito sábia e carregada de elementos que resvalam na atual situação de quem sobrevive desse tipo de trabalho.
Em sua narrativa o comerciante que há mais de 15 anos andarilha pelas areias das praias de Vilas do Atlântico e adjacências enfatizou que sempre gostou muito do que faz, mais lamenta que a brusca e imprudente retirada das barracas de praia impactou acentuadamente no lucro advindo das vendas das inúmeras peças artesanais cheias de cor, de amor e de lembranças da família que o ajudam em parte na confecção, distribuição e divulgação das mesmas o que tem refletido no sustento da prole. Ressaltou ainda que com o gradativo e veloz desaparecimento das barracas estão indo com elas no mesmo ritmo o fluxo turístico – traseuntes, os turistas são a maior parte do público que contribui ou contribuiram para o aumento das vendas já que estão a cada dia que passa buscando outras singularidades.
58554                                                                                                                                             Foto: Luiz Pedro Bispo Rosário
Acrescentou que outra preocupação não somente sua mais de outros tantos colegas e também de proprietários de algumas barracas que ainda resistem ao que classificou como triste realidadeestá relacionada com a crescente marginalidade e falta de segurança tanto para os ambulantes – comerciantes das diversas categorias quanto para as pessoas que frequentam esse pedacinho de azuis que se enamoram em nosso litoral.
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À luz da história da chamada história dos anônimos poderíamos estabelecer sem (pré) conceitos, discriminações ou nenhum tipo de estereótipos que exemplos de pessoas como o Seu Edvaldo fazem parte do cotidiano na dimensão macro de uma determinada localidade e que influencia em sua instância micro como um todo, em que uma gama de grupos e suas representações sociais se destacam subjetivamente através do seu transitar, do jeito de abordar, de se apresentar. Essa Circularidade Cultural emana e transcende naturalmente “coisas” que representam o nosso Patrimônio Material e Imaterial e que infelizmente não foram e até o presente momento não estão sendo devidamente pensadas, planejadas e valorizadas, tendo em vista tudo que corrobora a fala deste profissional do litoral, do que significa, repercute e ecoa no bojo dessa comunidade e do seu entorno. A discussão faz-se necessária e urgente. Fica a pergunta que não quer calar: O que podemos então esperar das políticas públicas de preservação e manutenção de uma cultura de mais uma nova gestão prestes a “estrear”?
Lília Maria Joazeiro de Sousa
(Historiadora, Pesquisadora, Técnica em Assuntos Culturais e Pós-graduanda em Arte e Patrimônio Cultural)
 
FONTE: Café com Noticias

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